Precisa-se de Líderes!
- By Pedro Ferreira
- 29 de out. de 2016
- 3 min de leitura
Na própria evolução do pensamento científico da administração, percebe-se o contraponto nas discussões acerca da figura do Líder, assim como sua diferenciação em comparação a um sujeito encontrado nas organizações até hoje, os Chefes. Muitos estudiosos afirmam que Líderes e Chefes são figuras singulares, tanto em suas características quanto em sua abrangência de atuação nas empresas.
Desse modo, segundo o pensamento de Weil (1992), o líder é todo indivíduo que, graças à sua personalidade, dirige um grupo social com a participação espontânea dos seus membros. Já o Chefe tem foco nas tarefas, característica marcante encontrada na Administração Científica representada por Taylor e Fayol, no início do século XX. Assim, percebe-se a necessidade da presença de mais líderes nas organizações independentemente da sua natureza, tendo em vista o contexto complexo no qual elas se encontram atualmente, tornando-se fator chave para a motivação e o desenvolvimento de seu capital intelectual.
Para Cortella (2009), o líder precisa ter mente aberta, estar atento às mudanças do ambiente e estar disposto a aprender. Nessa perspectiva, essa figura deve ser capaz de fazer sua equipe crescer, pois o “líder que não eleva sua equipe, que pensa em seu próprio crescimento, não é líder, é um chefe, no sentido hierárquico do termo” (CORTELLA, 2009). Para tal, para que se encontrem líderes nas organizações, é pertinente que essas figuras “vistam a camisa” junto com seu time, “arregacem as mangas” para o trabalho e que os demais colaboradores o reconheçam como parte do seu círculo de trabalho, onde todos estão no mesmo “barco” em busca de objetivos comuns.

Atualmente, não há um tipo de liderança certo ou errado, mas sim o que se chama de líder situacional, podendo apresentar ora características autocráticas, ora democráticas ou em certas situações deixando sua equipe totalmente livre, sempre em prol dos objetivos da organização e melhor resultado coletivo. Hitt (2004) identificou quatro tipos de líderes a saber:
Líder Manipulador: para este líder os fins justificam os meios, preocupando-se exclusivamente com os resultados, fazendo tudo para alcançá-los. Acredita na relação de poder através da autoridade exercida sobre seus subordinados, que devem ser passivos e submissos. Este ainda está sempre à procura de possíveis “inimigos” dentro e fora da organização;
Administrador Burocrático: este líder se comunica e faz cumprir as regras e normas da organização. É encontrado com frequência em organizações burocráticas que têm descrições detalhadas de cargos e funções, nas quais devem funcionar da mesma forma independentemente de quem está na liderança, com foco na eficiência;
Administrador Profissional: esta figura procura conseguir que as ações sejam executadas em prol dos objetivos organizacionais, ou seja, o trabalho deve ser trilhado profissionalmente, onde todos se comprometem a agir de forma eficaz para o alcance das metas coletivas;
Líder Transformador: é aquele que, por meio da motivação, procura retirar o melhor de cada integrante da equipe, percebendo o potencial de cada pessoa, ajudando no seu crescimento e desenvolvimento. Esse tipo de líder segue à risca os seguintes dez mandamentos, de acordo com Weil (1992):
Respeitar o ser humano e crer nas suas possibilidades, que são imensas;
Confiar no grupo mais do que em si mesmo;
Evitar críticas a qualquer pessoa em público, procurando elogiar, diante do grupo, os aspectos positivos de cada um;
Estar sempre dando o exemplo, em vez de ficar criticando o tempo todo;
Evitar dar ordens, procurando a cooperação de cada um;
Dar a cada um o seu lugar, levando em consideração os seus gostos, interesses e aptidões pessoais;
Evitar tomar, mesmo de maneira provisória, a iniciativa de uma responsabilidade que pertença a outrem, mesmo pensando que faria melhor; no caso de chefes que lhe são subordinados, evitar passar por cima deles;
Consultar os membros do grupo antes de tomar uma resolução importante, que envolva interesses comuns;
Antes de agir, explicar aos membros do grupo o que vai fazer e por que;
Evitar tomar parte nas discussões quando presidir uma reunião; guardar neutralidade absoluta, fazendo registrar, imparcialmente, as decisões do grupo.
Por fim, percebe-se que a presença do Líder nas organizações traz consigo maior dinamicidade ao trabalho, além da possibilidade de maior grau do êxito nas metas e objetivos, fortalecendo as relações humanas entre líderes e liderados e reconhecendo a potencialidade de desenvolvimento de todos os membros da equipe. Para a otimização de resultados é pertinente adotar estilos, posturas e ferramentas que solidifiquem o desenvolvimento de líderes, pois segundo Cortella (2009), “nenhum ou nenhuma de nós é líder em todas as situações, nenhum ou nenhuma de nós consegue liderar qualquer coisa, ou todas as coisas e situações”.
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